Maio sempre foi o meu mês favorito do ano. É quando o outono
está a pleno vapor: a temperatura já se mostra bem amena, as folhas caem cada
vez mais depressa, o sol aparece bem ativo mas ao longo do dia vai ficando
preguiçoso e depois surge a lua (alguém já reparou que as luas em maio sempre
são bem vivas ?) gritando sua beleza numa noite agradavelmente fria. Para mim é
quando o ano está alegre, sem pressa de começar ou de acabar, sem desespero por
feriados, sem chuvas torrenciais e ainda dá pra pegar uma praia e depois tomar
um vinho e tomar caldo para enfim dormir com muito aconchego.
Minha irmã chinesa/índia/preta (porque ela realmente é tudo isso junto e misturado) é uma taurina de maio e ela sempre,
sempre repete o discurso de todos os taurinos de que eles são os mais fodas de
todo o zodíaco. Se for de maio, melhor ainda. Aliás, que as pessoas do bem são
de maio. Não gosto de admitir, mas quem nasce nesse mês tão delicado deve ter
alguma energia especial mesmo. Quem a conhece sabe que o que mais propaga
dentro dela é vida, com explosões de
amor constante e é praticamente impossível nao amá-la. Assim como esse mês que
ela nasceu.
Morando longe da maioria que amo, eu estava precisando
das conexões que me trazem paz. Resgatei
vários desses laços agora em maio. O que eles não sabem é que eu estava me
sentindo solitária até nessas relações de alma. Eu me senti perdidamente
esquecida em março e resolvi tentar me esquecer também. Em abril voltei a
lembrar e procurei encontrar quem eu sou
dentro de mim e com breves encontros com pessoas queridas. E agora, o
mês começou com a surpresa de uma nova vidinha linda no ventre de uma grande
amiga, com muita espiritualidade, com calma e Moska e Lenine e John Mayer e Eddie Vedder em meu Ipod. E já estou carregada de amor
depois de uma semana de passeio na minha cidade de coração.
Para mim é impossível viver bem sem ter essas conexões. A
internet não basta: preciso de toques e abraços e de ouvir as risadas e os
choros. Preciso poder me sentir a vontade, pra trocar palavras e letras e ideias, pra brindar os diamantes que estão por
vir, pra poder ser desorganizada de forma engraçada, pra brincar com gatos e
cachorros e bebês e querer um dia ter filhos, pra traçar novas viagens e mudar de profissão,
pra começar novos blogs e ir dançar sorrindo, pra deixar o vento embolar todo o
cabelo, pra pensar o futuro onde moraremos todos perto, sei lá em que cidade,
em que ano, mas onde toda uma família não de sangue, mas de laços, irá dividir
o mesmo quintal.
Maio, mês que sempre recarrega minhas baterias. Não tem como
não amar. Assim como meus pedacinhos que nasceram nesse mês.