sexta-feira, 14 de junho de 2013

E na semana onde se comemora o amor...


Difícil saber qual lado era o o mais chato no dia dos namorados: os dos solteiros ou o dos que estão em um relacionamento.
Li solteiros falando da futilidade dos relacionamentos atuais; criticando a data porque só aumenta o falso amor, o consumo, alimenta a hipocrisia entre os casais e etc... e por outro lado, namorados que perderam tempo debochando dos solteiros, porque é impossível ser feliz sozinho, chamando os outros de frustrados e encalhados, mandando rezar pra Santo Antônio...
Há verdade e mentira nos dois lados. Mas o que me cansa é a valorização de uma data que acabou se tornando maior do que o amor.
Por outro lado vi casais lindos mostrando a felicidade de estar juntos, não apenas no dia 12, mas no resto dos dia tambem. Casais não preocupados com o tamanho do presente – simplesmente com o sorriso do outro, com o abraço, o olhar. Esses casais não precisam ostentar a felicidade, são felizes porque simplesmente são. Assim como os solteiros que também celebraram o dia, alegres, livres, e rodeados do amor puro, independente de estar acompanhado ou não.
É fácil questionar a forma do outro de amar. Já fiz isso várias vezes. Não conseguia entender uma forma de amor que não fosse a  minha. Eu não entendia batalhar tanto tempo pra um relacionamento dar certo. E nunca entendi a falta de individualismo em alguns casais. Mas hoje eu desci da minha bancada ao perceber que cada um desenha a sua felicidade. Cada um sabe a sua forma de amar. A minha não é melhor ou pior, assim como a dos meus amigos, é simplesmente a que funciona para mim. Podemos não entender um aos outros, mas respeitar e torcer para que  todos saibamos ser felizes. Acompanhados ou não. Não existe só uma via.
No final parei de tentar entender as provocações dos dois lados e sorri ao ver que cada vez mais as pessoas entendem que somos todos uma unidade e que devemos contemplar todas faces do amor. Se falamos a mesma língua, pouco importa quem está casado ou solteiro. O que importa é que nos completamos.

Ainda sobre o amor:


Eu estava na aula do curso de direitos fundamentais e acompanhando notícias da manifestação paulistana pelo celular. De repente começei a me sentir uma farsa. Estava incrivelmente orgulhosa do protesto, e compartilhei notícias, defendi os manifestantes... mas eu estava dentro de uma sala de aula discutindo a teoria enquanto a história aconteceu há poucas quadras depois. Todos estávamos. Falávamos de liberdade, judicialização dos direitos humanos, em novos caminhos para traçar...mas estávamos dentro de um prédio, enquanto o abuso acontecia ao nosso lado. Quando bateu a consciência e já era tarde, precisei sair um pouco. E procurei me desculpar silenciosamente com os meus princípios e com aqueles que lutavam por mim. Espero da próxima vez ter a coragem de não mandar apenas a minha compaixão. Mas de também usar os meus pulmões e gritar.  Como pacifista, acredito no poder das palavras. Porém, algumas vezes, é só com muita voz no mesmo tom que conseguimos fazer o outro enxergar o amor além do próprio umbigo.