quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Crescendo

Alguma coisa mudou em mim depois que eu fiz 29 anos. Não é porque acabou o meu inferno astral, não é porque Saturno passou pela minha vida. Nada disso faz sentido mais para mim, que buscava entender desesperadamente o porquê de tanta coisa não querida estar acontecendo ao meu redor.
Na verdade, já sentia uma pequena mudança um pouco antes, mas achei que poderia ser apenas uma impressão, e logo passaria. Mas não. O que sinto está me fortalecendo e mais e mais, e sinto somente tranquilidade, o que é engraçado porque nem é uma época para me sentir assim. Seis meses atrás eu estaria perdida, confusa, raivosa. Hoje não. Paz. Acho que cresci e não mais me importa.
Será que finalmente eu fiz as pazes comigo? Eu, que estava tão perdida dentro de mim, que há anos seguia apenas o que esperavam, mas não da maneira em que eu enxergava. Eu, que sempre fui tão certa das minhas escolhas, mesmo que erradas, mas sempre minhas, acabei me ligando no automático e segui pedindo opiniões e conselhos e aceitando-os, sem força para pensar ou lutar contra corrente, o que sempre gostei de fazer.
Não sei exatamente porque me joguei pra escanteio. Eu não me esqueci dos argumentos usados, mas não sei porque foi que decidi deixar que eles convencessem por tanto tempo. A sorte é que nunca me esqueci. E como a nulidade sempre foi relativa, de certa forma sempre coexisti. Só que cansei de me sentir a vontade somente quando estou longe de casa. Claro que eu amo me achar em tantos lugares, gosto da minha natureza de ser parte do mundo como um todo, de ter a alma grande. Só que tenho que voltar a me encontrar onde me encontro. Mesmo não sendo tão mágico, mas é o agora.
Meus amigos, eu não fiquei louca de vez, acreditem. Só estou voltando pra casa, e que seja infinitivamente melhor do que já era. Prometo que não vou deixar ninguém de lado, e vou continuar sempre por perto e partindo pra briga. Mas chega dessa coisa de tirar férias de mim.
De fato, amadureci. Por mim.