terça-feira, 26 de março de 2013

Cada um com seu propósito...


Há mais ou menos uma semana eu conversava com a Rose e estávamos tentando entender porque as pessoas continuam casadas mesmo infelizes e ela me falou o que a psicóloga dela disse: que cada pessoa tem um propósito. Algumas têm o propósito de ter filhos. Entao nao importa os meios se conseguir o fim. Outras, de ter um casamento, nao importa como. Achei interessante a teoria da psicóloga e ficamos horas debatendo sobre isso, citando exemplos. Foi ai que interrompi a Rose para falar que então eu estou ferrada, porque meu propósito sempre foi ter o amor pleno, a minha alma gêmea! E morremos de rir.
Quando contei o papo pra uma outra amiga a conversa tomou outros rumos . Ela é muito diferente de mim – talvez seja por isso que ela me enriquece – e ainda assim é uma das pessoas que mais confio nessa vida. Ela não me entende direito, e leva a sério muitas das minhas divagações. Mas ela escuta e pensa sempre no que eu falo. Eu quase nunca concordo com as opiniões dela. Talvez isso seja recíproco. Ainda assim, eu sempre converso sobre quase tudo com ela, porque ela acredita nas minhas verdades reais e nas minhas verdades - mentiras. 
Ela nunca entendeu quando eu falo que quero meu amor maior. Ela fica satisfeita com outros amores também. Mas fomos criadas muito diferentes e isso também influenciou nossa visão de mundo. Ela é uma garotinha, frágil e carente de pessoas, quase meu oposto -  e no final quem acredita no romance sou eu, na paixão arrebatadora, no sentimento completo.
A questão é que eu não acredito em príncipes. Na verdade, odiaria um, encheria meu saco em dois tempos. Mas acredito que posso me sentir completa com alguém. Eu me sinto assim várias vezes, quando rodeada dos amigos mais queridos ou quando estou em casa, ou até sozinha. É isso que busco em um relacionamento, que ele me complete. Já basta a minha solidão – eu adoro ela, mas não quero dividi-la. Não aceito solidão a dois. Mas me completar é saber se agregar, e não querer me idealizar, ou me mudar. Se eu esquecer de mim por um outro, ficarei incompleta.
Minha amiga acha que sou muito radical em algumas situações. Verdade. Eu faço o que funciona para mim. Posso até errar o caminho e bater muitas vezes na trave. Mas são minhas escolhas. Não gosto muito de conselhos impostos, gosto de chegar a uma conclusão debatendo. E berro. Uma outra amiga minha disse que dificuldade de aceitar conselhos é uma coisa que devo resolver na terapia, entender o porquê e tal... preguiça. Tudo hoje envolve terapia e terapeutas, envolve seguir terceiros, é o “must have” da atualidade. Só que eu sou muito feliz, mais do que a maioria, desculpa. E não aceito com conselhos que me padronizam! O convencional não funciona comigo. Eu sou feliz mesmo com os meus vazios que me completam. Então procuro alguém que se encaixe nesse espaço restante e que não queira me roubar de mim. Esse é o meu propósito. Boa sorte pra mim. E ponto.    

sexta-feira, 8 de março de 2013

Andar com fé eu vou...


Essa semana pensei que conseguiria tirar férias do mundo. Queria uns dias de descanso em uma praia um pouco deserta por estar fora de temporada, mas encontrei um lugar tentando ser moderninho, enquanto seria muito mais bonito rústico. Ainda, viajei com amigos que estavam o tempo todo conectados. Então fiquei sabendo das notícias em tempo integral, o que as vezes não acontece nem quando estou em São Paulo e fico dias sem assistir o jornal.
E foi muita coisa em uma semana, com muita morte pesada. Morte de político, morte de cantor. Ainda,  a morte de uma Comissão de Direitos Humanos em que eu acreditava e que acabou de ser enterrada viva por cristãos, que deveriam entender o amor. Mas não, porque eles pregam o ódio.
Assim, continuo cansada apesar da minha tentativa de descansar do carnaval que eu não tive. Voltei bem bronzeada. Senti o vento e Deus. Mas logo que eu sentava na praia alguém queria conversar sobre alguma das tragédias e a verdade é que eu voltei ainda mais cansada porque não consegui me desconectar e viver a natureza do lugar intensamente.
Será um mês difícil, com muitos vazios. Pensei que só  teria que enfrentá-lo semana que vem, com um ano da ida do meu anjo pra terceira margem. Mas com tantos pequenos vazios se juntando, entendi que o que me resta é reforçar em mim o Amor maior. É a melhor maneira é ter fé que tudo já melhorou.
Acredito que a nossa fé é sempre testada em momentos difíceis. Quando falo em fé não é necessariamente em Deus. Mas sim de forma ampla: fé no mundo, em nós mesmos, na vida.  E nesses momentos em que o mais fácil é falar que chega do mundo mundo, que o homem não tem mais jeito, é quando mais temos que acreditar nele. A fé move sim montanhas – sem ela, ficamos imóveis, esperando a vida passar e reclamando o tempo todo. Reclamar demais só tira energia. A fé só renova e nos deixa ainda mais satisfeitos com as vitórias, porque não existe conquistas pequenas. Tudo é um passo para a plenitude, sorrisos, abraços, carinhos, olhares. Com muita fé, nunca deixaremos de acreditar nos homens.
Então desejo muita fé no coração dos que estão querendo permanecer no luto nesse mês de março. Que essa fé nos dê força para enfrentar e entender esse ano da Serpente. Com muita fé, o pesadelo é apenas um sonho ruim. E ai quando o novo chegar, mesmo devagarzinho, será recebido com muita, muita festa.