Há mais ou menos uma semana eu conversava com a Rose e estávamos
tentando entender porque as pessoas continuam casadas mesmo infelizes e ela me
falou o que a psicóloga dela disse: que cada pessoa tem um propósito. Algumas
têm o propósito de ter filhos. Entao nao importa os meios se conseguir o fim.
Outras, de ter um casamento, nao importa como. Achei interessante a teoria da psicóloga e ficamos horas debatendo sobre isso, citando exemplos. Foi ai que interrompi a Rose
para falar que então eu estou ferrada, porque meu propósito sempre foi ter o
amor pleno, a minha alma gêmea! E morremos de rir.
Quando contei o papo pra uma outra amiga a conversa tomou
outros rumos . Ela é muito diferente de mim – talvez seja por isso que ela me
enriquece – e ainda assim é uma das pessoas que mais confio nessa vida. Ela não
me entende direito, e leva a sério muitas das minhas divagações. Mas ela escuta
e pensa sempre no que eu falo. Eu quase nunca concordo com as opiniões dela. Talvez
isso seja recíproco. Ainda assim, eu sempre converso sobre quase tudo com ela,
porque ela acredita nas minhas verdades reais e nas minhas verdades - mentiras.
Ela nunca entendeu quando eu falo que quero meu amor maior.
Ela fica satisfeita com outros amores também. Mas fomos criadas muito
diferentes e isso também influenciou nossa visão de mundo. Ela é uma garotinha,
frágil e carente de pessoas, quase meu oposto -
e no final quem acredita no romance sou eu, na paixão arrebatadora, no
sentimento completo.
A questão é que eu não acredito em príncipes. Na verdade,
odiaria um, encheria meu saco em dois tempos. Mas acredito que posso me sentir
completa com alguém. Eu me sinto assim várias vezes, quando rodeada dos amigos
mais queridos ou quando estou em casa, ou até sozinha. É isso que busco em um
relacionamento, que ele me complete. Já basta a minha solidão – eu adoro ela,
mas não quero dividi-la. Não aceito solidão a dois. Mas me completar é saber se
agregar, e não querer me idealizar, ou me mudar. Se eu esquecer de mim por um
outro, ficarei incompleta.
Minha amiga acha que sou muito radical em algumas situações.
Verdade. Eu faço o que funciona para mim. Posso até errar o caminho e bater
muitas vezes na trave. Mas são minhas escolhas. Não gosto muito de conselhos
impostos, gosto de chegar a uma conclusão debatendo. E berro. Uma outra amiga
minha disse que dificuldade de aceitar conselhos é uma coisa que devo resolver
na terapia, entender o porquê e tal... preguiça. Tudo hoje envolve terapia e
terapeutas, envolve seguir terceiros, é o “must have” da atualidade. Só que eu
sou muito feliz, mais do que a maioria, desculpa. E não aceito com conselhos
que me padronizam! O convencional não funciona
comigo. Eu sou feliz mesmo com os meus vazios que me completam. Então procuro
alguém que se encaixe nesse espaço restante e que não queira me roubar de mim.
Esse é o meu propósito. Boa sorte pra mim. E ponto.
Difícil pensar sobre tudo isso. Tenho essa ideia na cabeça: casamento pra sempre. Companheirismo. Cuidar e querer bem. Essa ideia de ter um relacionamento que não seja descartável. Pra isso as escolhas. Paixões não duram pra sempre. E continuamos sempre vivos para as paixões. Abrir mão. Dizer não. E o coração ainda pulsante querendo abraçar o mundo. No meio disso tudo perguntamos pelos nossos propósitos esperando ter alguma coerência na vida...
ResponderExcluirSob a ótica do seu texto, eu nunca tive um propósito!
ResponderExcluirTalvez por nunca idealizar nada, pelo menos conscientemente, esteja dando tão certo. Só tenho sido sincera. E exigido sinceridade!
Patrícia
Eu sempre tive o propósito de ser feliz. E eu sigo ele de peito aberto e dá muito certo na minha vida. Só que o que me deixa bem não necessariamente segue as regras, mas funciona pra mim! Por isso os conselhos comuns me cansam.
ExcluirPropósito de ser feliz, eu sempre tive...na vida...sem que a vida fosse segmentada...mas como um todo!
ResponderExcluirEu não gosto de dar conselhos, até porque fica parecendo meio que fórmula de bolo...sei lá! Mas, às vezes, eu acho que o comum, o banal é o que vai funcionar...não gosto de conversar para pedir/dar conselhos, e sim para trocar impressões...exatamente dessa maneira que você tem com a amiga do texto que é tão diferente de você.
Patrícia