quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Tempero

Hoje eu fiquei com vontade de comer panquecas. E me lembrei do cheiro do seu tempero. Acho que foi um dos melhores que eu já senti. Por que será que a minha comida não tem o seu toque? Já tentei várias vezes te imitar, mas simplesmente não consigo. Repito os passos com exatidão e não consigo chegar nem perto do seu talento. Ninguém comum consegue ter ser tão bom. Você realmente está fora do padrão, tendo espaço cativo no lugar dos melhores. E aí me bateu uma tristeza daquelas, pois não sinto esse cheiro, esse gosto há muito tempo. E sei também que está chegando a hora em que nem mais poderei comentar com você o quanto você é maravilhosa.
Passei da fase de tentar compreender porque as coisas foram desandando. Nem me revolto muito mais. Consigo até sentir gratidão! Essas lembranças são só minhas e ninguém mais no mundo teve. Ninguém mais teve seu colo como eu. Ainda bem que eu sou única, algumas coisas eu não suportaria dividir. E assim eu a tive completamente para mim, só para mim. Todo o amor do mundo.
E hoje você é a minha menina, que dorme tão frágil, abraçada num bichinho de espuma. Mas um dia voltarei a ser a mais nova e sentirei novamente o seu tempero, seu braço forte enrolando doces e o seu gosto único. Comerei seu bolinho de chuva tomando chá mate. E depois me aconchegarei na sua cama e tirarei um cochilo gostoso, com cafuné de sobremesa.  

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