Em cada lugar onde moro, sempre busco encontrar um amigo gêmeo. Aquele amigo que parece ser a continuação do seu corpo. Não necessariamente ele é igual a você. Nem deve ser, pois não procuro espelhos. Procuro aquele que me completa, que consegue ser o que eu tento ser ou que talvez já tenha sido. Amigo que seja materialização da palavra, acima de sentimentos carnais. Não é fácil encontrar.
Quando me decepciono com algum amigo que esperava que fosse assim, acabo achando que tudo não passa de mais uma idealização minha. Que não é possível se sentir tão a vontade com alguém. Ser eu mesma, com todos os meus defeitos, mostrando minhas esquisitices e crises e ainda assim, mesmo tão entregue a essa amizade, eu possa me sentir em paz. Sem medo de assustar e principalmente, sem medo de me arrepender de ter sido completamente transparente. Esse amigo sabe o que é duradouro e o que não é. E ri das minhas loucuras e as incentiva, porque elas não deixam de ser uma parte momentânea de mim.
É fácil ter amigos. Tenho em todos os lugares onde passei. Não é fácil ter amigos verdadeiros. Mas os de alma são ainda mais escassos. Porque muitas vezes você ama e confia num amigo e acredita que ele possa ser outra versão sua. Mas depois de algum tempo de distancia, o reencontro não passa de uma desilusão. Onde estava aquela familiaridade tão caseira de anos atrás? Acabou indo embora, o que não significa que seja ruim. Algumas pessoas passam pela a sua vida apenas para deixar um sentimento bom. Fazem parte de você também, mas não de forma tão intensa. Fazem parte da sua história. E na despedida, você consegue sentir o carinho e deseja eternamente o melhor para aquele que também te quer bem. Mas sabe que acabou o que era antes. Virou passado.
Mas com os amigos gêmeos a fraternidade passa os limites do lógico. E depois de anos sem estar em São Paulo, no ônibus que me levava ao encontro desses amigos, senti uma tranqüilidade absoluta provocada apenas pela memória dos bons momentos. Estava ansiosa, mas ao mesmo tempo preocupada com o que a longa ausência poderia ter feito com a gente. Medo de que fosse mais uma página virada, apenas uns dias de recordação e vida que segue. Mas felizmente, foi muito mais do que isso.
E com apenas um olhar, toda a distância provocada pelos anos sem convivência magicamente desapareceu. E senti-me confortada como há tempos não sentia. Naquele momento eu soube: é verdade o que dizem. Algumas pessoas realmente existem. Algumas irmandades são eternas.
Então o Carnaval foi bom!
ResponderExcluirAh! Que lindo amiga,... confesso que vocês são tão próximas a mim que nem pensei na distância e tempo que aparentemente nos separava.
ResponderExcluirTenho amigas que pode passar anos, que posso estar diferente daqueles tempos fisicamente e na forma de pensar, mas que continuam amigas, irmãs e eternizadas no meu coração e estas são poucas e tive a graça de poder compartilhar a emoção de reencontra-las num dia muito especial de minha vida.
Beijos e te amo muiiiiito!
Agora vai ser titia!!!!!!!!!!!!
Esses amigos que eu chamo de anjos que Deus mandou pra fazer a minha vida mais completa, to com tanta saudade...
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