quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sobre a minha irmã de olhinhos puxados.


Gente boa se atrai. Eu devo ser muito boa mesmo. Claro que iríamos nos reencontrar, mesmo se nascêssemos em continentes diferentes, ela no asiático e eu no africano. Nos conhecemos há muitas vidas e muitas vezes somos um só. Ela é uma das minhas metades, meu lado solto, selvagem e louco. Sempre que me falam que eu sou livre, penso nela: eles não sabem de nada: só conhecem meu lado careta.
É difícil escrever sobre ela porque é difícil escrever sobre a gente. Quando estou me sentindo sozinha em meus ideais, penso imediatamente nela: e sei que estamos conectadas. Não precisamos conversar sobre o assunto: simplesmente sei porque ela é meu lado mais inteligente e humano. E amamos muito, apesar de. Amamos tanto o mundo que dói intensamente. Aí nos reencontramos nos vazios de nossas bolhas e a fraqueza toda num instante passa.
Ao seu lado eu me sinto mais bonita. Ela é tão linda que respinga parte da sua beleza na gente. E desfilamos pelas ruas atraindo olhares mesmo distraídas, e as pessoas percebem que mesmo tão diferentes somos tão iguais. Comentam sobre isso, e eu fico muito feliz. Eu devo ser muito boa mesmo.
Acho que foi numa crônica de Rubem Alves que li que a verdadeira amizade é a que tem suas raízes fora do tempo, na eternidade, porque um amigo é alguém com quem estivemos desde sempre. Traduz tudo. Não é fácil descrever alguém tão similar, tão conhecido. Tão gente. Somos irmãs num tempo/espaço indeterminado, o sempre. E assim termino sem saber como terminar e percebo que não disse nada! Mas não preciso né? Nos entendemos no silêncio. Mais uma vez obrigada, Universo, pelos reencontros de alma. E parabéns para mim porque hoje também é meu aniversário. 

Um comentário:

  1. Que lindo! É exatamente isso: estamos conectadas em uma dimensão atemporal. Você é uma das minhas referências, um dos meus reflexos e um dos meus melhores pedaços. Beijos!

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