quarta-feira, 11 de julho de 2012

Preguiça


Eu sempre falei que o meu maior pecado é a gula. Eu não posso ver comida que fico com fome, fico encarando o prato dos outros sem a menor vergonha, e como diz a minha mãe, fome é o meu estado permanente. Eu sempre tenho que me controlar, porque senão eu comeria o tempo todo, e seria uma daquelas pessoas que entram em competição de comida para ver quem degusta mais em 1 minuto.
Acabei de descobrir que eu me enganei o tempo todo. Eu nunca neguei a minha gula e de certa forma, até me orgulho dela. Mas pecado é aquilo que a gente quer esconder, é o nosso segredo sujo. Então resolvi encarar e admitir para ver se começo a encarar o meu de frente: o meu maior pecado é a preguiça.
Quem me conhece com certeza já sabe disso antes do que eu. Mas sempre neguei. E aproveito e debocho dos mais preguiçosos do que eu, falando que eles são muito moles. Só que agora eu estou planejando uma viagem e tenho que planejar tudo e... quanto sacrifício! Eu começo a ler o guia e paro, começo a entrar nos sites de viagens e paro, começo a ver valores e dá um cansaço... e paro. Aí fui parar pra pensar, eu não entendia como que há um tempo que viajo de forma independente e nunca cansei assim... claro, sempre teve alguém que elaborou os roteiros bonitinhos pra mim. E a passagem. E eu sempre fui na onda, nunca procurei descobrir nada além.
Agora essa minha amiga de viagem preferida resolveu que não pode me acompanhar esse ano e estou completamente desamparada! Claro que estou fazendo um pouco de drama... mas como é bom ter tudo certinho e prontinho me esperando!
Eu sou filha única. Acostumei a ser mimada, apesar de bater o pé que nem sou tanto assim. Só que adoro receber tudo na mão. Quando morava no Rio, minhas amigas sempre falavam que eu era abusada. Éramos uma família meio engraçada e eu fui de cara rotulada como a filha mais nova, por ser a mais dengosa. Eu fiquei brava no começo, nem sou chorona! Minha irmã mais velha resmungava que eu sempre pedia e repetia para ela fazer chá, só pra ter alguém me dando algo quentinho sem eu ter que me movimentar. Ela realmente chora mais do que eu. Mas não tem  a minha preguiça.  Aqui em São Paulo, quando estou com muito frio, sempre reclamo pra minha amiga e ela traz algo pra mim. No sofá. Se ela não está em casa, fico com frio o máximo que eu posso aguentar, e só levanto se não tem como mesmo. E reclamo de fome também. Ela sempre vai e faz alguma coisa pra gente comer. Poderia ser só dengo mesmo, mas é preguiça de levantar e fazer. Juro que minha perna fica até mais mole.
De vez em quando eu ligo pra minha mãe e peço para ela resolver um problema pra mim. Não que não possa fazer sozinha, ou que não saiba, mas falar com os outros dá uma preguiça. Sempre reclamo que as pessoas andam demais de carro, mas lá na casa dela eu mal caminho 1 km. Peço que ela me leve. Afinal eu não dirijo. Por preguiça. 
E aqui, no blog, eu sempre falo que não gosto de postar porque escrevo mal. Mas a verdade verdadeira é que me dá preguiça de entrar. Nunca reviso os erros, não tento melhorar. Escrevo qualquer coisa e mando e isso porque ...
Eu sempre soube que não sou pró - ativa, mas agora, baseada com o que eu confessei, estou chocada com a tamanho da minha preguiça. Chega, vou deitar um pouquinho, mas só porque tá frio. Amanha eu começo a lidar com o meu pecadinho.

Um comentário:

  1. Agora você descobriu que é preguiçosa????? Como assim???? Bem, posso dizer por experiência que a preguiça tem lá algumas vantagens. Eu morro de preguiça de planejar viagens também, por isso acabo indo sem planejar e ganho caminhos surpreendentes. Agora, preguiça de escrever no blog é pecado mesmo, tem que trabalhar isso! =S

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