Às vezes sinto que carrego todo o peso do mundo nas minhas costas, apesar de poucas vezes eu deixar transparecer os meus problemas. Faço isso para não sobrecarregar ninguém, eu sei bem o meu tamanho. Mas o meu corpo eu não consigo enganar, ele sempre responde. Acho que deve ser por isso que eu sou meio corcunda.
Quando a minha auto-estima está muito baixa, fico mais curvada ainda. É como se fosse uma tática de defesa me esconder de todo mundo e me sinto entrar quase numa posição fetal, mas em pé. Dessa forma, não preciso olhar ninguém do alto, e todos vão me deixar descansar. Parando para pensar, são esses os momentos onde me encontro mais carente. Fico tão recuada que parece só encontrei paz no silêncio, onde posso pensar sobre tudo o que se passa comigo.
Mas um leve toque na coluna costuma rapidamente chamar a minha atenção e pronto: respiro fundo e tento me levantar novamente. Por isso, gosto quando alguém corrige a minha postura. Me faz lembrar que eu também tenho que me carregar, e para aparecer e ser bem vista, preciso estar bem ereta, bem alta.
Quem tem carga parecida sabe que o melhor elogio não é só ouvir como você está bonita ou bem vestida ou o quão inteligente você parece ser. E sim saber que hoje seu andar está tão belo que todos estão te achando uma metida, e que até param para te olhar! Quando escuto isso, aí sim, me sinto ótima e vejo que sou pau para toda obra. E que agüento muito mais peso do que eu mesma imagino, e não apenas nas minhas costas.
Viu só? Desligar o telefone de vez em quando vai fazer bem pras suas costas!
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