quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Em Sampa


Caminhando 5 minutos na Avenida Paulista até o metrô. Vejo:
- uma cadelinha deitada na coberta de um mendigo com mais 10 filhotinhos um em cima do outro;
 - dois garotos segurando placas, onde estava escrito: abraços de graça, abrançando todos os curiosos ao redor;
 - Michael Jackson dançando Moonwalk;
 - Um violinista tocando Bach e duas senhoras sorrindo encantadas com a música apesar de todo o barulho externo;
 - lindos quadros feitos com recortes de revistas.
 - cartazes de que o mundo vai acabar em dezembro.
 - uma fila gigantesca de pessoas loucas para ver a exposição de Caravaggio.
 - pessoas tão diferentes que parece que estou em um universo paralelo.

Às vezes é impossível não amar São Paulo. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Vida que segue


É um pouco estranho sentir a vida mudando. Mas por mais que fique com um pouco de medo, não deixa de ser encantador.
Encontrei uma amiga recentemente em outra cidade e ela contou tudo o que ela planejou para que não tivesse problemas naquele final de semana. Pesquisou coisas que eu nem tinha cogitado, e ela estava orgulhosa de ter dado tudo conforme programado. Achei engraçado. Primeiro porque não sou nada organizada. Depois, porque para mim tambem deu tudo certo. Tive um belo final de semana, sem esperar nada. Só cheguei sorrindo e com a certeza de que correria tudo bem. E foi melhor.
Não dá para controlar todas as coisas, isso eu já sabia, mas ultimamente que tenho colocado em prática ficar em silêncio e esperar, quando há um tempo atrás eu falaria e muito. Estou aprendendo a deixar a vida tomar conta dos outros também. Talvez alguém próximo continue errando achando que está melhorando, continue procurando a mesma pessoa errada para amar,  só que cada um tem o seu tempo de aprender. E talvez não aprenda nessa forma de vida que conhecemos. Mas um hora acorda e segue. Como não adianta tentar controlar, porque não sabemos a hora certa para esse alguém, é melhor ficar calada do que machucar ainda mais uma pessoa que se sente tão sozinha. E torcer pra que a vida dê logo o seu jeito de mostrar.
Eu demorei mais de 3 anos para aceitar que eu estava de luto antecipado e que tinha deixado minha vida de lado. Viajar era a única maneira de me encontrar, mas na volta eu me perdia, dentro de um apartamento, e triste, numa das cidades mais lindas do mundo. Eu sabia que não estava bem, mas não estava pronta para aceitar e me renovar. Mas não estou lamentando o tempo que teoricamente perdi. Eu aprendi. Foi o tempo que eu precisava. Hoje me sinto muito bem, como eu não me sentia há muito tempo.
E agora há pouco, a confirmação da vida novamente aparecendo na minha frente: uma amiga irmã está grávida e estou achando tão curioso tudo acontecer tão de repente, porque eu não poderia imaginar isso agora. É a vida encontrando seu jeito, sem hora marcada, sem data planejada, sem certo ou errado. Ela, que mal conhecia o amor, esse ano está rodeada dele de forma plena. Eu, que perdi uma das pessoas que mais me ensinou a amar esse ano, vou ganhar um sobrinho de coração. Como não agradecer pela vida, pelas surpresas, pela força que ela nos dá? É o amor, é o seguir, é deixar acontecer. Obrigada.